Eu!

Não sei o que acontece comigo, sou só eu, mas às vezes eu gostaria que não fosse, a saudade está me matando, é como se tivesse um grande buraco no meu peito que teima em ficar aberto e que tempo algum consegue cicatrizar... Já se passou tanto tempo e pra mim as coisas continuam como se tivesse acontecido ontem, saudade, saudade, saudade! Oh coisinha chata, vai doendo, incomodando e fazendo remoer coisas lá de muito tempo atrás. Me pego pensando em momentos que deixaram marcas, que fazem parte dessa saudade que eu sinto e que mais do que nunca sei não vai passar, ainda que se passem muitos mais anos...

Que vontade de não seu eu às vezes, que vontade de ter sentimentos que não são meus, de ter vontades que não são minhas, de ter lembranças que não me pertencem porque as minhas me provocam dor, uma coisa que me sufoca porque eu sei que posso ter tudo que eu quiser menos o que eu realmente quero...

Meus pensamentos me levam sempre para o mesmo lugar, ainda que eu não queira pensar, choro em vão pelos cantos implorando uma resposta de Deus para tudo isso, uma resposta para tantas respostas incompletas... Um simples porque...

Cada dia que começa vem com uma esperança, ela persiste, mas ao final é só o sabor da ilusão que me encontra, Um sorriso disfarça a imensa tristeza, mesmo sorrindo ela está lá esperando para atacar na primeira oportunidade devastando meu peito já mutilado e depois começa tudo outra vez, dia após dia, sempre...

Saudade, dor, vazio, silêncio, solidão...

É como ter o oceano à frente em um dia de calor e não poder desfrutar de uma só gota...

Gabriela Cravo e Canela
Enviado por Gabriela Cravo e Canela em 24/01/2010
Reeditado em 24/01/2010
Código do texto: T2047548
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