QUATRO PAREDES
Despudorado imaginário?
Esta é a prisão do coração
que idealiza e constrói
o seu mundo solitário.
Pinta a vida no seu
ruidoso silêncio,
está presa
não quer se entregar,
tem medo de amar.
Vai morrendo aos poucos
na solidão das janelas
do seu lar,
nos encontros viajantes
dos prazeres do sonhar.
O medo de se entregar
tapou seus olhos,
fechou seus ouvidos
mas a carne lhe cobra
e a pele sente por fora
a chama do vulcão
que aflora,
monstro dos seus dias
que aparece para assustar
o desejo reprimido
do amar.