Inevitável ausência!!!

Caminho só!

Caminhando só!

a menina crescia e luta enfrentava

No riscar das calçadas em pedras cortadas

E toda passarada rompia a madrugada

Em procissões, convivendo com a terra e o mutirão

E a menina cansada ficava no escuro

Nas noites molhadas de chuva

Ou entre o cheiro dos campos

e o rodar das carroças

Nas igrejas coloridas

e no acalanto das pinturas

Para usar os matizes

das imagens coloridas

Dia e noite, noite e dia

Às vezes pergunto

sem esperar respostas

Por quê estou só?

Continuo a peregrinar sozinha!

Sou a menina ocupante de um espaço

que sedimenta emoções e sentimentos

E escuta o eco de muitas falas

Conta em fotos e fatos acontecidos

e canta mil melodias presentes

Caminho só!

em versos e rimas

Que cumprem o seu destino ao acaso

Carrega o meu corpo alerta

Minha matéria viva, no meu tempo de existir

Leva junto a criança que ficou em mim

Caminho só!

Busco encontrar a alegria

Na minha fantasia e no meu amor

na flor plantada em sua cultivada vida

Que foi embora como ternura diluída

Marcando as horas nas buscas infindas

E mais entristecida sigo agora

Na trilha inevitável da sua ausência!

Caminhando só!

bhz, 16 de janeiro 2010.

Silvania Mendonça
Enviado por Silvania Mendonça em 16/01/2010
Reeditado em 18/01/2010
Código do texto: T2033171
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.