Inevitável ausência!!!
Caminho só!
Caminhando só!
a menina crescia e luta enfrentava
No riscar das calçadas em pedras cortadas
E toda passarada rompia a madrugada
Em procissões, convivendo com a terra e o mutirão
E a menina cansada ficava no escuro
Nas noites molhadas de chuva
Ou entre o cheiro dos campos
e o rodar das carroças
Nas igrejas coloridas
e no acalanto das pinturas
Para usar os matizes
das imagens coloridas
Dia e noite, noite e dia
Às vezes pergunto
sem esperar respostas
Por quê estou só?
Continuo a peregrinar sozinha!
Sou a menina ocupante de um espaço
que sedimenta emoções e sentimentos
E escuta o eco de muitas falas
Conta em fotos e fatos acontecidos
e canta mil melodias presentes
Caminho só!
em versos e rimas
Que cumprem o seu destino ao acaso
Carrega o meu corpo alerta
Minha matéria viva, no meu tempo de existir
Leva junto a criança que ficou em mim
Caminho só!
Busco encontrar a alegria
Na minha fantasia e no meu amor
na flor plantada em sua cultivada vida
Que foi embora como ternura diluída
Marcando as horas nas buscas infindas
E mais entristecida sigo agora
Na trilha inevitável da sua ausência!
Caminhando só!
bhz, 16 de janeiro 2010.