Hora dos oras
Mar, infindável mar...
Ora pois, ouvir estrelas?
Mímesis, caretice, candice...
Suaves brumas, securas.
Escuras vias de desespero
Desterro.
Não sou poeta, mas sei que em
Meu peito arde o desejo
De um dia ser imortal...
Imoral forma subjetiva
Presa a certos preceitos
Que são só (pré) conceitos
De uma sociedade que murcha,
Chora, não vê
Que o outro é importante.
Ora pois, sentir apenas...
Li, conheci e só um pouco apreendi.
Quem me desse eu fosse
Um Pessoa, ou um Picasso
Que na fragmentação do ser
Ou do objeto se fizesse compasso.
Não sou nada...
Finjo seguir, ser forte, muralha.
Sou frágil, carente, sofrida.
Quero um mundo diferente,
Um mundo em que se possa
Confiar no outro.
Encontrar um canto em que
Possa repousar somente.
Sentir, estar, amar... sonhar.
Viver. Não na angústia das horas
Mas sorrir do nada ou do tudo
Acreditar...
É, não sou poeta e nunca o fui
Apenas repito o que um dia vi
Sou só, sou apenas, sou...
...
Que dor de não ser...
Sinto dó, pena de mim mesmo.
Só que não quero que digam:
Coitado, não é nada!
Pois sou dor, sou o fato,
Sou o retrato do outro...
Sou.