Hora dos oras

Mar, infindável mar...

Ora pois, ouvir estrelas?

Mímesis, caretice, candice...

Suaves brumas, securas.

Escuras vias de desespero

Desterro.

Não sou poeta, mas sei que em

Meu peito arde o desejo

De um dia ser imortal...

Imoral forma subjetiva

Presa a certos preceitos

Que são só (pré) conceitos

De uma sociedade que murcha,

Chora, não vê

Que o outro é importante.

Ora pois, sentir apenas...

Li, conheci e só um pouco apreendi.

Quem me desse eu fosse

Um Pessoa, ou um Picasso

Que na fragmentação do ser

Ou do objeto se fizesse compasso.

Não sou nada...

Finjo seguir, ser forte, muralha.

Sou frágil, carente, sofrida.

Quero um mundo diferente,

Um mundo em que se possa

Confiar no outro.

Encontrar um canto em que

Possa repousar somente.

Sentir, estar, amar... sonhar.

Viver. Não na angústia das horas

Mas sorrir do nada ou do tudo

Acreditar...

É, não sou poeta e nunca o fui

Apenas repito o que um dia vi

Sou só, sou apenas, sou...

...

Que dor de não ser...

Sinto dó, pena de mim mesmo.

Só que não quero que digam:

Coitado, não é nada!

Pois sou dor, sou o fato,

Sou o retrato do outro...

Sou.

Damma
Enviado por Damma em 11/01/2010
Código do texto: T2022672
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