Afeição

Ó lua de insigne sabedoria,

cuja existência ao Cosmo se compara,

não pelos anos-luz que contemplara,

mas, no cônscio de sua minoria.

Sabendo-se pó que o pó dispersara,

não desejou mais do que poderia,

apenas quis da noite a parceria

para consigo, o céu, ornamentara:

Utilizando o sol como luzeiro,

fez de seu próprio corpo um candeeiro

que ilumina o poeta solitário.

Quando no fulgor de seu sentimento,

incide sobre ele um contentamento,

acompanhando-lhe pelo calvário.

(Caicó-RN, 2007.)

Ieda Lima
Enviado por Ieda Lima em 11/01/2010
Código do texto: T2022517
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