Afeição
Ó lua de insigne sabedoria,
cuja existência ao Cosmo se compara,
não pelos anos-luz que contemplara,
mas, no cônscio de sua minoria.
Sabendo-se pó que o pó dispersara,
não desejou mais do que poderia,
apenas quis da noite a parceria
para consigo, o céu, ornamentara:
Utilizando o sol como luzeiro,
fez de seu próprio corpo um candeeiro
que ilumina o poeta solitário.
Quando no fulgor de seu sentimento,
incide sobre ele um contentamento,
acompanhando-lhe pelo calvário.
(Caicó-RN, 2007.)