NINGUÉM ME ESPERAVA

Tanta gente aguardando alguém,

braços agitados no ar davam alento

a quem chegava, mas ninguém

para acenar-me por um momento

Os olhos da multidão não me procuravam

não havia lábios chamando meu nome

avistei mãos que se cumprimentavam

sou ninguém que no meio do povo some

Nem meu sorriso cativou, por desconhecido,

abraços ansiosos não me esperavam

senti falta de um aceno, um simples sorriso

por que só os desalentos me aguardavam?

Desembarquei do avião, olhei o horizonte,

e senti incomensurável aperto no coração

me vendo assim sozinho, tão distante,

necessitando tanto de um aperto de mão

Apenas tua gélida ausência era evidente

talvez somente as pedras são esquecidas

e em meio a tanta gente contente

eu caminhava por trilhas escurecidas

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 11/01/2010
Código do texto: T2022476
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