NINGUÉM ME ESPERAVA
Tanta gente aguardando alguém,
braços agitados no ar davam alento
a quem chegava, mas ninguém
para acenar-me por um momento
Os olhos da multidão não me procuravam
não havia lábios chamando meu nome
avistei mãos que se cumprimentavam
sou ninguém que no meio do povo some
Nem meu sorriso cativou, por desconhecido,
abraços ansiosos não me esperavam
senti falta de um aceno, um simples sorriso
por que só os desalentos me aguardavam?
Desembarquei do avião, olhei o horizonte,
e senti incomensurável aperto no coração
me vendo assim sozinho, tão distante,
necessitando tanto de um aperto de mão
Apenas tua gélida ausência era evidente
talvez somente as pedras são esquecidas
e em meio a tanta gente contente
eu caminhava por trilhas escurecidas