CASTELO DE DIAMANTE
 
Estrela que nasceu da maresia que afligia meus dias
Dias escuros e cobertos pelo nevoeiro do isolamento
Que impedia o sol da primavera de banhar minha vila
Vila desgastada pelos anos de solidão vividos na puberdade
 
Estrela que nasceu para enfeitar a minha praça esquecida pelo vento
Praça vazia, sem árvores floridas, sem bancos ou bem-te-vi
Escurecida e deformada pela falta de amores e girassol
Para iluminar seus campos desertos e embranquecidos pelo abandono
 
Estrela que nasceu para iluminar os arredores do violão sem cantiga
Violão sem as cordas da inspiração que ficou despedaçada na estrada
Da desilusão causada pelo cortes de uma paixão desmedida e desnuda
Que visita sua moradia em tempos de inverno sem rosas nem rainha
 
Estrela que nasceu para iluminar minha savana coberta de neve
Na noite do meu dia embriagado pela solidão
Que nasceu no momento da minha morte em vida
No canto da calçada que trazia a febre que cortava asas
 
Estrela cadente que ilumina
Meus sonhos de esperança que banham
Minhas noites com o sereno da harmonia
Que semeia meus anos vindouros com pétalas de alegria