Enraivecido
Faz tempo que não ouço
Uma palavra de carinho
Que não tenho o ombro
Singelamente sincero de um amigo
E em meio a tantos planos
De ser amado todos os dias
Nem sequer um eu te amo
Teu ser não me diria
E eu nesta louca metamorfose
Num traço de razão
Em meio à neuropsicose
Que me oferta a solidão
E toda essa dúvida
Que deveria ser dádiva
Que você não cuida
Mostra-se tão árdua
Contorce-se feito cobra
Pra fugir do meu abraço
Renega minha obra
Prendendo-me no teu embaraço
E nessas horas de má-sorte
Que marcam o reencontro com a dor
Que meu ego conhece a morte
E desconhece o que resta do amor