Mais nada!

Um nada sou. Um arrepio angustiante me toma e a sede do nada invade o meu ser.

Súplicas sem pudor arrancam-me da luz e me levam a enveredar por caminhos de terror e tristeza.

Limito-me a pensar somente na dor, pois no final ela é a única que perdura, é a vencedora.

Agonia que não passa, tortura que somente cessa quando estou a escrever.

Visto a camisa da derrota e uso o preto, o luto, mostrando como por dentro sou.

Encostada em um canto escuro minha alma está, e quem sabe quando sairá de lá, talvez nem saia.

Lágrimas enchem-me os olhos, mostrando-me o quão frágil e idiota eu sou.

Volto os meus olhos ao futuro e veja que nada de novo me acontecerá, pesada será minha vida.

Ao longe escuto vozes e lá, ao longe, elas permanecem, existe aqui uma barreira que me impede de sair.

Este inferno que minha vida se tornou me priva do sol, me priva da sua luz.

Meus olhos somente vêem o vago, o vácuo, vêem apena o nada.

A palidez me cerca e lacera-me com o nada, colocando-me em turbação.

O canto da morte agora ouço, com volúpia se aproxima e com um beijo da morte me toma.

Luz se apaga, o silêncio invade e em sono caio.

Mais nada!

Dsoli
Enviado por Dsoli em 24/12/2009
Reeditado em 30/04/2010
Código do texto: T1994171
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