NO TEATRO DA VIDA
Eu me chamo Tristeza, meu viver é vazio.
Eu resido no Tempo, o meu rumo é a vida.
Minha casa é Saudade (minha mágoa é sentida!)
Solidão é o meu pouso e me cubro de frio...
Minha idade se conta pela conta das penas.
Sou atriz do Teatro chamado Abandono.
Sem nome é a peça, sem fim e sem dono,
Angústia e Pranto e Dor são seus temas...
Só vêem em meu rosto alegria e sorriso.
(Sou atriz, não se esqueçam, o meu nome é Tristeza)
Guardo no peito inquieta incerteza,
Coloco a máscara se e quando é preciso!
Da platéia recebo uma salva de palmas,
Mas não sabem que choro em oculto e segredo,
Que estou do Amor neste longo degredo,
Gargalhando a todos, soluçando em minh’alma...
21.01.1971
2:30h madrugada afora...
Rachel