NO TEATRO DA VIDA

Eu me chamo Tristeza, meu viver é vazio.

Eu resido no Tempo, o meu rumo é a vida.

Minha casa é Saudade (minha mágoa é sentida!)

Solidão é o meu pouso e me cubro de frio...

Minha idade se conta pela conta das penas.

Sou atriz do Teatro chamado Abandono.

Sem nome é a peça, sem fim e sem dono,

Angústia e Pranto e Dor são seus temas...

Só vêem em meu rosto alegria e sorriso.

(Sou atriz, não se esqueçam, o meu nome é Tristeza)

Guardo no peito inquieta incerteza,

Coloco a máscara se e quando é preciso!

Da platéia recebo uma salva de palmas,

Mas não sabem que choro em oculto e segredo,

Que estou do Amor neste longo degredo,

Gargalhando a todos, soluçando em minh’alma...

21.01.1971

2:30h madrugada afora...

Rachel

Rachel dos Santos Dias
Enviado por Rachel dos Santos Dias em 23/12/2009
Código do texto: T1992662