CONDIZENTE
Na dispersão dos instantes passados,
instalo-me no vazio dos vãos do presente.
A alma é quem mais se ressente
do que a carne não viveu com clareza.
Nenhuma casa, nenhuma mesa,
nenhum leito sequer que me suporte.
Trago na pele a cicatriz daquele corte,
que de quando em vez põe-se a sangrar.
Nos desmandos da rotina eu habito.
Na realidade das horas, abatido,
não tenho mesmo onde repousar...