CONDIZENTE

Na dispersão dos instantes passados,

instalo-me no vazio dos vãos do presente.

A alma é quem mais se ressente

do que a carne não viveu com clareza.

Nenhuma casa, nenhuma mesa,

nenhum leito sequer que me suporte.

Trago na pele a cicatriz daquele corte,

que de quando em vez põe-se a sangrar.

Nos desmandos da rotina eu habito.

Na realidade das horas, abatido,

não tenho mesmo onde repousar...

CAVALEIRO SOLO
Enviado por CAVALEIRO SOLO em 22/12/2009
Reeditado em 04/07/2010
Código do texto: T1990665
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.