Quando vejo você
Outras mãos tocam seu corpo
Outros lábios buscam seus lábios
Outros ouvidos atentos à sua respiração
Outros olhos que encontram os seus
Que não os meus
E não são mais olhares meus
Que te vislumbram adormecida
Outros braços em outros abraços
Outros passos no seu caminhar
E outros caminhos só seus
Que não os meus
Outro destino a rondar suas noites
Como uma ameaça
Que não posso evitar

Quando vejo você
Vejo escombros de uma vida
A ruína de cada momento
Que olhei para você
E não vi
Não ouvi
Não senti você
Só perdi você

E agora outros dias
Melhores para o resto da sua vida
Outras palavras
Outros sonhos
E outros sorrisos
Outros desejos
Levarão você

Olho você e ao seu lado
Vejo sempre um homem morto
Que não vê
Não ouve
Não sente
Não vive você

Sou eu nessa luta insana?
Nessa dor visceral?
E essa inconsumível angústia
Que me prende a tudo o que nunca foi você
E não me deixa partir para bem longe
Tão longe a ponto de eu poder
Ver você...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 09/12/2009
Reeditado em 28/08/2021
Código do texto: T1969702
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