NOITE NEGRA

apago com os dedos

velas em labaredas

para guardar pavios

a espera de noite negra

noite que não tem fim

peito que não tem fundo

água que não tem sede

beijo que não tem boca

boca que não tem grito

sibilo de vento frio

a anunciar tardio

que não vira ninguém

que não terá carinho

que não terá caminho

que não terá ardor

que dor de faca cega

e o que restara

na noite negra

na sombra a espreita

de vela e pavio

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 09/12/2009
Código do texto: T1968069
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