NOITE NEGRA
apago com os dedos
velas em labaredas
para guardar pavios
a espera de noite negra
noite que não tem fim
peito que não tem fundo
água que não tem sede
beijo que não tem boca
boca que não tem grito
sibilo de vento frio
a anunciar tardio
que não vira ninguém
que não terá carinho
que não terá caminho
que não terá ardor
que dor de faca cega
e o que restara
na noite negra
na sombra a espreita
de vela e pavio