Mudo
Escrevo sob a luz de vela
a minha mais triste poesia.
Murchou a minha flor amarela
Que não brota a luz do dia.
Às lágrima está a minha alma,
penso, penso e repenso,
mas não consigo a calma,
e já não sei mais o que penso.
Fugiu-me o amor, o encantamento
e toda força que me fazia lutar.
Hoje é fato o meu lamento
e agora prefiro nem pensar.
Pra que tanta imaginação
Se a minha dor revela
Que no fundo do meu coração
é a tristeza que se rebela?
O mundo anda tão tenso
e viver é uma covardia.
É nesse versejar imenso
e cheio de ousadia
que eu revelo tudo
por mim um dia passado.
Mas hoje prefiro ficar mudo,
a dizer o que eu tenha pensado.