Saudações angélicas
Meu amor fala num Anjo
Muito redondo e rosado.
E eu sempre me constranjo:
Sinto-me menosprezado.
Eu anjo, não quero ser
E muito menos anjinho
Fico no ar p’ra te ver
Mas caio devagarinho.
O que pensará Satã,
Anjo negro tentador,
Ao colocar na sertã
O desdém do meu amor?
O empreiteiro das trevas
Quis casar comigo, um dia:
- A minha alma, não levas,
Lá p’ra tua academia!
Temos os dois em comum
Este volitar faceiro
E eu, como barzabum,
Gostava de ser tendeiro!
Ando n’alfurja perdido
Quero ser mas é arcanjo
Ter o prazer desmedido
De me não falares no Anjo.
Meu amor fala num Anjo
Muito redondo e rosado.
E eu sempre me constranjo:
Sinto-me menosprezado.
Eu anjo, não quero ser
E muito menos anjinho
Fico no ar p’ra te ver
Mas caio devagarinho.
O que pensará Satã,
Anjo negro tentador,
Ao colocar na sertã
O desdém do meu amor?
O empreiteiro das trevas
Quis casar comigo, um dia:
- A minha alma, não levas,
Lá p’ra tua academia!
Temos os dois em comum
Este volitar faceiro
E eu, como barzabum,
Gostava de ser tendeiro!
Ando n’alfurja perdido
Quero ser mas é arcanjo
Ter o prazer desmedido
De me não falares no Anjo.