Casualidade

Em meus olhos há uma penumbra,

Minha voz se cala quando te vê.

Minha boca que antes sorria

É um traço de talhos feitos de pedra.

Meus cabelos mesclados pelo tempo,

Dizem tudo de você.

Pensa-se, faço-o sem motivos,

Sem procura, sem objetivos.

Sou fadado ao grito da solidão.

Enquanto não sabes bem o que sinto,

Faço silêncio em meu quarto,

Entregue aos sonhos,

A ideologia irreal das parábolas

Que são soltas, proferidas sem razão.

Amanhã, sim, ele virá,

Então serei o mesmo em um novo dia,

Apenas, mudanças em calendários,

Nada, nada mais que isto.

Sou sim, um fraco, um misto

De solitude vagueando pela noite

A espera de um novo dia...

Sem razão, sem objetivos,

Um apenas na lista dos contados pelo senso

Que vive porque amanhece e vê a noite chegar,

Que sente pouco a pouco o fim,

E nada foi feito, nem ao menos

Por um pequeno sopro tentei,

Ao menos deveria ter tentado mudar.