O Solitário
Deixe-o sangra.
Deixe-o sofrer.
Deixo-o Chorar.
Logo todas as dores sofridas são esquecidas
E todas as lágrimas derramadas serão passadas.
Toda ferida causada é cicatrizada pelo tempo
O mesmo tempo que cura todas as lembranças
Jogando-as num poço perdido e tudo tem fim
Um triste e isolado fim, um poder magoado do passado.
E se sombras retornam para pesar novamente
É temporario se a luz é certa todos os dias.
Eu me faço chorar todos os dias sozinho
Com todas as maldições que crio para mim
Que são minhas, apenas minhas e puro egoismo
Como uma fera se vai e vou todas as novas noites
Desolado e solitario, frio e acabado sem mim
Com todas as lembranças daquele dia ao longe.
O passado pesado que havia me mortificado
E hoje é uma vida sem vida, alma sem alma
Eu vivo todos os dias estando lá, morto.
Distante das portas de Carvalho, aquelas portas.
Seja de salvação, seja de perdição, ambas portas
Portas a se escolher, antes de morrer mais uma vez
Antes de ser capaz de se perder outro novo dia.
Sem vida, sem escolhas eu estanquei meu sangue
Vivendo pelos outros derramados
A beira de uma falência da alma...