Já não sei...
Perambulando entre edifícios de gélido concreto,
Lamentos verticais!
Olhando prum alto tenebroso e sem esperança,
Cheio de pombos adoecidos de tédio,
Sentindo o frigido do desconsolo,
Soluçando entre prantos de abandono,
Ali estou, só, tristonho, desamparado,
Nada me é consorte,
Sempre andando rumo a um ignorado destino,
E aquela vontade que jaz nem lembrança deixa,
As dores, o sofrer causticante de existir,
A cidade tão cheia e vazia,
Os olhares divagantes de seres inanimados,
Sempre a olhar pra vitrines que vendem falsas belezas,
Uma beleza de aspecto tosco a meus olhos,
O desejo por objetos sem alma, sem vida,
Uma cidade fantasma e impiedosa,
Tudo mostra o quanto já não vivo,
Já não sonho,
Já não sei !!!!!