Vi no céu uma estrela perigosa
Que me parecia de porcelana
Fazia-se de tão brilhante airosa
Pensei ser uma estrela profana.
Demonstrava ter tão paixão
Pelo que podia contemplar
Olhava com vasta exatidão
Até onde podia iluminar.
Sentia-se tão vaidosa
Com seu brilho de esplendor
Dizia aos gritos sou formosa
Assim me fez o Criador.
De vaidade em vaidade
Ia derramando sua luz tão brilhante
Vivia na mais completa leviandade
Tentando ter mais valor que um diamante
Mas ela não sabia que a solidão
Estava preste a lhe visitar
O trovador na hora da canção
Não a queria convidar.
E assim seu brilho foi se apagando
Dando lugar a uma nuvem de amargura
De repente vi a estrela chorando
Acabou-se a sua formosura