A Solidão

A solidão me concede mistérios

Que cavo bem dentro de mim.

Quando clandestinos falanstérios

Teimam em me desvanecer

Só me fazem atinar a razão

De adiar com precisa imprecisão

A entrega total do meu ser.

Só me é estranho às vezes

Como tão definido me guardo

Longe dos outros seres

Quando para longe vôo.

Em segredo convivo com eles

Mesmo em silêncio eu falo

Mesmo em ausência eu estou

A solidão me concede coisas tais

Que não sei bem o que são

Mas descubro o seu valor

Quando me perco nas multidões

Enganando-me em vão.

A solidão é uma miragem

A mais bela que vi

Pois ninguém mais a viu

A não ser a que guarda em si.

Pedrosa de Souza
Enviado por Pedrosa de Souza em 19/11/2009
Código do texto: T1931774
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