A dor de amar, pedra...
Pedra,
Um lance grande,
Um peso enfadonho,
Não queria ser...
Pedra.
De sonhos meu vazio estava cheio,
E o peso dos pesadelos
Envolvem-me numa sombria dor,
Pelo caminho árduo de seu coração,
Cheio de pedras, inda caminho.
E a minha ignorância
De te esquecer me faz gritar.
As pedras no meu caminho
Eu tirei do seu.
Pedra,
Serei eu uma pedra;
Uma pedra no seu caminho?
Apedreja-me meu amor,
Pois amo-te intensamente,
E intensamente eu vivo a pensar e a querer-te.
Sinto se já não sou tenro,
Se já não acalento teus pés,
Se já não mais afago teus sonhos
Tornei-me pedra,
E a culpa desta infame metamorfose em mim
Que estupidamente leva-nos ao afastamento
Não é tua nem minha,
Esse meu coração, que se transforma em pedra,
A aberração é o amor.
Força para regressar não trago,
Dê-me sua,
Sou peso,
Sou pedra
Mas pedra que ama, que senti dor,
Dor;
de amar-te e não mudar isso!