Metal Contra as Nuvens

Vivo, como posso viver sem um instante se quer de felicidade

pois entendo que faço maldade,

não entendo a parte que me deram como vida

não consigo escrever qualquer poesia

que se consiga ser lida

sem ao mesmo me taxarem de egoista.

Consigo ver as coisas negras da vida

consigo notar até mesmo que até agora nada tinha

de certo, me vejo errando

e procurando onde não encontram

o motivo de tantos risos

falsos aqueles que você não se importando

as coisas vão se perdendo,

inocência vai esmurecendo, virando chama, faixa

apaga e reclama de não ser acesa de novo

mesmo assim tão todos loucos

por pensarem que irão viver suas vidas

tão pouco tempos temos

para fazer o bem a quem queremos

para amarmos e segredarmos dores

compartilhar tudo que temos com o mundo

e partilhar,

mas estamos nem mais sabendo amar.

E olharemos para trás, nos perguntaremos

o que fazermos para merecer tanto mar de dores

pois desabrocharam as flores

e ninguém viu seu murchar

os campos antes orvalhados

estão sendo deixados a apodrecer e se tornarem lavrados de desamor e agonia.

pifia agora de amores perdidos, solidões

ninguém conhece a solidão sem ter estado nela,

para compartilha o catinho escuro da sala de estar

mesmo o metal frio consegue amar,

consegue ser o que é para ser

e se sente os desejos de viver

armando, vibrando, continuando

a caminhar mesmo sendo apedrajados pela vida

sorrindo, continuando, seguindo.