A casa da gente casa com o que a gente é
Todas as distâncias que me levam daqui
Trazem-me aqui de volta, exatamente
Meus sentimentos de estrada: ir e vir
As palavras que dormem embaixo das pedras
Não explicam essa sensação de um café na sacada
Ali, olhando o casario que resiste ao avanço dos edifícios
A rua molhada, a luz branca no verde da árvore em frente
Essa noite de indagações e de dúvidas
Essa falta de sono e de certezas
Toda essa beleza que só se sente e não se descreve
Essa paz infinita de um íntimo instante
O olhar derradeiro para todas as coisas que poderiam ser belas
Ainda que durassem um ínfimo instante
E o ínfimo do ínfimo instante, de tão belo que pudesse ser
Durasse eternamente!

 
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 12/11/2009
Reeditado em 06/09/2021
Código do texto: T1918804
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