SOLIDÃO
No vazio que sinto, não vejo nada além...
Vejo o céu estrelado, sem ela não sou ninguém...
Procuro e não encontro, somente o vazio e a solidão me vem...
Escura noite sem sentido, vela-me a solidão...
Deambulando pesado, caminhar lerdos na escuridão...
Anseia por ela ao meu lado, soluça solitário coração...
Os sons da noite se misturam aos meus gemidos...
Por ela vejo as estrelas, em uma noite sem sentidos...
Fantasmas agonizantes sem formas às vezes são convertidos...
Na pureza da noite, suas historias irei ler...
Delicada solidão seus abraços a me aquecer...
Calor em peito gelado, saudades dela me faz tremer...
Nas mãos dela eu espero essa noite acabar...
Pela janela vejo a lua pelo céu a navegar...
Em minha solidão, não sei quando isso ira acabar!
Vestida de negro semelhante à noite tu mostras...
Em minha cama seduz-me, em jogos de apostas...
Arranha-me dolorosamente, entre sussurros á tenho as costas...
Ah! Solidão de onde me conheces?
Vives ao meu lado, teus caminhos me estremece...
Serei mais um em tua vida - afasto-te, me debatendo em prece...
Será minha velha companheira, nas madrugadas sem fim...
Viverás eternamente, andaras perto de mim...
Solidão em vazio peito, perversa em negro cetim...
Afasta-te de mim! Perseguidora! Cruel solidão...
Em vazia e fria alma, habitas sem permissão...
Calada fica a contemplar-me, implorando minha atenção...
Companheira de muitas noites, sozinha chega à aurora...
Solidão em meu peito dói, o pretérito se faz agora...
Semelhante a ovelha perdida, solidão em minha alma aflora...