vento

Vento

Vento leva esta carta

sílabas de dor

orvalho

de invisível pranto

e guarda-a escondida

nas faldas do dia

quando se fizer noite

e a ventania for chegada

quebrar-se-á o encanto

a carta vira um fado

o lamento será meu canto.

II

Sinto-me assim

tatuagem indelével

de cobras e lagartos

cilício vincando

uma angústia

nódoa de mágoa

que vai chagando

dilacerando

a alma.

III

Se veste de amargura

minha alma

Velhas rendas

cor do crepúsculo

seu ornamento.

Braceletes são cicatrizes

de sangue e rubi

incrustados

que vai chagando

dilacerando

tarjando a alma.

laduse
Enviado por laduse em 01/11/2009
Código do texto: T1899555