O ESPAÇO DA MINHA SOLIDÃO...


Ando como um fantasma pela casa deserta,
É tão incerta a minha parada,
Quanto o são as estradas,
Para meus passos incertos...
A hora é alta, madrugada,
Meu sono perdeu-se nas horas passadas,
E agora, eu que tinha tudo, não tenho nada!
Temo nas próximas horas,
As luzes que se acenderão sobre mim,
Cobrando decisões e direções...
Ando de um lado a outro da casa,
Como um prisioneiro numa cela...
Doem-me as costas, atrofiadas, imaginárias asas...
Desejosas dos céus de outras terras!
Cale-se a dor,
Findem-se os pensamentos,
Tranquem-se os sentimentos,
Num compartimento
Mais profundo do meu coração!
Pois não há nada!
Na deserta casa, sou um fantasma,
Cujas paredes caladas,
Delimitam o espaço de minha solidão!


Edvaldo Rosa

21/09/2009

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