CIÚMES
Quando, com voz tremula e incerta te disse adeus,
Num sussurro; era um sopro de mágoa e de queixumes,
Por que sentia vibrar no meu ser, em ânsias esquisitas,
Nebulosos sons, em gritos secretos, o vilão: ciúmes.
Num conserto de dor arrependida, entre lágrimas sonoras,
Dias de solidão, soluços ao luar e tantos choros aos ventos,
Rasgando minha alma num misto de saudades e torturas,
Na boca um gosto de fel, hoje, murmurejantes lamentos.
Noites cerradas para vida, devoradas por tristes pensamentos,
Numa guerra sombria dos sentidos, neste nebuloso degredo,
Perdida entre a multidão, a vagar nestas horas vazias, lentas,
Meu coração partido, estrada sem rumo, solidão e muito medo.
O meu céu de amor se transformou num profundo inferno,
Para onde se vão os sentimentos nevoentos e tristonhos,
No ritmo que arrasta o espírito, em lacerações sem clemência,
Longo desolamento, do que antes fora um lindo e terno sonho.
SALVADOR. 21//10//09
DOCE VAL.