Há um deserto na solidão
Há silêncio e pensamentos
Há tempestades no coração
E vazio nos sentimentos

Há uma noite escura
E milhões de tormentos
Há uma dor que dura
Até virar sofrimento

Há um frio na madrugada
Um certo medo na falta de calma
Há uma paixão assim calada
Que fala de amor só na alma

Há na realidade matéria informe
Há na verdade um soar maldito
Há nas horas em que não se dorme
O ecoar do que nunca foi dito

Há uma batalha sangrenta
Dentro do ser que se agita
Mas que não se move e inventa
Um silêncio quando grita

Há mil contra um único guerreiro
Um medo imenso em mais uma batalha
Há um momento derradeiro
Em que a armadura é uma mortalha

Há uma estrada sem destino
Um passo não dado antes de correr
Há em todo viver um desatino
Há no destino a hora de morrer

Mas antes há tanto que dizer
Há antes tanto que sonhar
Há no destino a sina de viver
Há no vazio tanto por esperar
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 19/10/2009
Reeditado em 06/09/2021
Código do texto: T1874375
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.