As vezes
Às vezes da vida tenho tamanho medo
E nesse nublado caos sinto o banimento.
São as perplexidades as incertezas o desterro
As agitações que se geram no meu pensamento
Às vezes neste enredo sem saída
Deponho essas angústias deprimentes
Para que se consumam na partida
E todos esses danos se façam ausentes
Às vezes me recolho tão magoada
Desesperada rompo as grades do cativeiro
Sinto-me arrasada desabrigada
E acordo de um brutal sonho gritando
Às vezes vivo um tempo de esperança
Memórias aprazíveis me aformoseiam
São as minhas ilusões as minhas lembranças
Os meus cânticos fabulados de sereias
Mas se fosse só as vezes? E já são tantas as vezes!
Que essa vil solidão me consome
E o desespero se torna em agonia
E neste irado mar de insânia
Em que navega o meu pensamento
Acordo pela noite e quero que seja dia
Para olhar o céu azul meu lenimento.
E apaziguar assim o meu tormento
De T,ta