ENCRUZILHADA

ENCRUZILHADA

Paulo Gondim

08/10/2009

A cada amanhecer, novos mistérios

Que escondem os pesares do mal

A cada folha que cai, uma quimera

Que embalou o sonho e se fez real

Choramos, hoje, a mágoa de ontem

Sepultando-a em cova rasa

Nossas esperanças, nossas utopias

Na dúvida de tantas filosofias

Na angústia cruel que o peito arrasa

Vagamos sem lume pelas noites frias

E nos desencontros de nossas pobres almas

O vazio nos arrebata por completo

Cada um seguiu seu caminho errante

Afogado na mágoa, na busca constante

Do encontro verdadeiro e certo

E nunca olhamos quem está por perto

E sempre procuramos viver num outro instante

Perdemo-nos em nossos descaminhos

Preconceitos e discórdias foram nossas marcas

Esquecemo-nos do simples numa busca vã

Do impossível que não vem com o amanhã

Se nossos sonhos não se encontram

Desviam-se em cada encruzilhada

E seguem solitários, tristes, nessa estrada

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 09/10/2009
Reeditado em 24/10/2009
Código do texto: T1856769
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