Migrante Desconhecido
Tenho o mundo dentro de mim,
Ao mesmo tempo não tenho nada...
Poderia viver consagrado de glórias,
Mas minha vida é uma existência malograda.
Sou uma ilha no deserto da solidão
Perdido nos labirintos da dor e do frio...
Sou uma incógnita sem recursos de solução,
Sou uma alma com o coração vazio.
Nas estradas que traçam o destino humano,
Sou o transeunte solitário da caminho...
Nas configurações das veredas existenciais,
Estou eternamente abandonado e sozinho.
Mesmo no amanhecer das alvoradas,
Sou a noite que me guia e me conduz...
Sou o espírito errante de todas as estradas,
Sou alguém que busca aflito o brilho da luz.
Sou, enfim, o migrante desconhecido,
À cata de esperança e de uma centelha de paz...
Sou uma pálida sombra do viver urdido,
Sou alguém que busca o amor, nada mais...