SOLIDÂO MEDONHA
Quando a solidão chega sorrateira
A alma ferida o dia e a noite inteira.
Vem pensamento de agonia triste;
E a dor da ferida persiste!
Vem e instala um solitário gemido
O peito castiga como um nó apertado.
Lágrimas molham o travesseiro.
O soluço é o companheiro.
Colhe toda a tristeza do mundo
Forma um labirinto profundo.
A lágrima salgada desce pela face.
E a noite escura renasce.
Mas uma luz começa a brilhar
Vem para o seu brilho partilhar;
Desvenda o segredo do coração.
Retira com fé e sabedoria a medonha solidão.
Depois de muito lutar com dedicação
Nova chance acende no coração.
Com um belo milagre;
Adeus fel e vinagre!
O milagre da vida resplandece
E como a linda primavera floresce!
Hortência Lopes