ANDANDO POR AÍ...

por Regilene Rodrigues Neves

Ando por aí

Vivendo das aparências

De um destino insólito...

Na bagagem um misto

De tristezas e alegrias

Guardam sentimentos no peito!

Na rua um caminho

A lua deitada entre o ontem e o hoje

A sorte me leva

Enquanto olho para o amanhã

Sobre algures do tempo...

Sigo as marcas dos meus passos

Me disfarço entre a razão e a emoção

Sem perder a ternura que resta no coração,

Porém jaz por morte minha alma

Um lugar cético de desilusões...

A vida em sua maestria Divina

Contracena entre o bem e o mal

Meus medos me despem

Enquanto meu corpo se veste de amor

O traje não condiz com minha aparência de luto!

M’alma ao relento chora

O peito molhado de lágrimas

Enxuga sentimentos aflorados

O silêncio ouve a solidão cravada dentro de mim.

Solitária... Ando por aí...

Ás vezes... Sento na calçada do pensamento

Meditando algumas lições que a vida nos impõe

Tento entender que nada sou

Apenas um discípulo do grande mestre do universo,

Para que a vida que em mim habita possa sempre aprender!

Sofro por não saber conviver com o meu eu

Cheio de ansiedades que aqui fora são sugadas

Como nada porque precisam cultivar a paciência

Para colher sabedorias semeadas na alma,

Mas nessa luta muitas vezes perdida

Sobrevivo das conseqüências que me restam,

Porém sou uma rosa e tenho espinhos

A essência extraída

Às vezes sangra entre o perfume

A fragrância é o ópio que sobra dentro do frasco!

Sinto cheiro de primavera

O caminho entre o passado e o presente

Esperam outra estação para colher flores no amanhã...

Em 07 de outubro de 2009