O agora

Aos poucos vou me proibindo de viver

Nem me lembro da ultima vez que chorei com vontade

Nem me lembro da ultima vez que sorri com vontade

Talvez estar perdido signifique não se permitir encontrar

Pois quem se encontra tem noção de por onde procurar

Aos poucos vou brincando de não me importar

E tudo aquilo que um dia foi tão desejado

Já não me acalenta os dedos com tanto entusiasmo para escrever

E tanta criatividade a me obscurecer

Minhas palavras já não fazem nada além de se esconderem

E me cuspir na cara idéias tão conturbadas e estrofes tão mal vestidas

Minhas intenções não tem motivação para prosseguir

Pois tudo aquilo que já consegui

Se misturou às lembranças como um impulso elétrico qualquer

Minhas marcas de dor já não tem nome, nem cor

São só ilustrações de um tempo mal passado

E de uma solução tão impotente...

Meu professor já me ensinou o que precisava e foi embora

Agora estou na sala, sentado sem nada e ninguém

Somente com uma bagagem de experiências mal vividas

Mas muito bem aprendidas...

E me pergunto "e agora?"

Pois o agora é tão longe do passado

Que meu nome parece ser escrito em outra língua...

The Walker
Enviado por The Walker em 04/10/2009
Reeditado em 05/10/2009
Código do texto: T1848081