Oásis do Deserto
 
Árido deserto
que toma-me a alma.
Tamanha vastidão
e é só um imenso vazio.
Amargura que dilacera
as emoções do coração.
E estando vivo,
ainda assim sentindo-se morto.
Errante nas ardentes
areias, busca um oásis saciador,
um ponto de onde emane
a verdade límpida e pura.
Rejeita as miragens e as ilusões,
mesmo que consoladoras.
Farto de mentiras,
mesmo que as mais bem intencionadas.
Milicianamente rejeita
os prazeres dos sentidos.
Obstinação.
Disposto a enfrentar a dor,
mas não de abrir mão da verdade.
Que dane-se o ardor da chama
que não aquece, mas queima.
Que o poder da aridez
enfrente toda a minha fraqueza humana.
Que num combate de forças desiguais
venha a cair feliz pela luta.
A dor desperta a alma
e esta pode reagir ou ficar imobilizada.
O eterno ensina
o quanto é vulnerável o efêmero.
Acorda o medo.
Mas só enfrenta o medo
quem consegue reunir coragem.
E a valentia não provém do corpo,
mas da alma aguerrida.
Desejar ser feliz
envolve o risco
de também poder ser triste.
E os que são ativos
terão maior risco
de cometerem pecados.
Mas também terão perseverança
na conquista das virtudes,
na luta contra seus próprios vícios.
Armados ou não,
se atirarão ao 'bom combate'.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 04/10/2009
Reeditado em 05/10/2009
Código do texto: T1847943
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