Verdades e Mentiras
Talvez quisesse
iludir-se consigo mesmo.
Talvez tanto quisesse
que por fim, exausto,
nada mais desejasse,
simplesmente tudo rejeitaria.
Seria como que conformado
com as próprias feridas.
Seria como que confraternizar-se
com a própria dor,
num estúpido
e utilitário masoquismo,
na busca de uma possibilidade
de diminuir as expectativas.
Num descontrole absoluto
a agredir o autocontrole.
Num fingimento, enfim,
que de tão verdadeiro
acabasse por tornar-se
realidade, iludindo as convicções.
Perdendo-se do tempo
que tanto incomoda,
abandonando a finitude
que tanto nos limita.
Recorrendo não à divindade,
mas à loucura,
a uma insanidade tão bendita
quanto lúcida.
Harmonizando
a razão com os sentimentos
e, por um instante,
sentindo graça em si,
para logo depois ironizar,
beber amargo.
E no amargo encontrar
o doce que se esconde,
o sentido que se perde
em meio às indefinições.
E então criar a fantasia
onde se perde sozinho.
E na solidão encontrar
respostas, e deixá-las fugir.
Fugir como pássaros
que fogem de sua gaiola,
desconhecendo o risco
de toda a liberdade,
mas ainda assim
desejando-a a todo custo.
Talvez quisesse
iludir-se consigo mesmo.
Talvez tanto quisesse
que por fim, exausto,
nada mais desejasse,
simplesmente tudo rejeitaria.
Seria como que conformado
com as próprias feridas.
Seria como que confraternizar-se
com a própria dor,
num estúpido
e utilitário masoquismo,
na busca de uma possibilidade
de diminuir as expectativas.
Num descontrole absoluto
a agredir o autocontrole.
Num fingimento, enfim,
que de tão verdadeiro
acabasse por tornar-se
realidade, iludindo as convicções.
Perdendo-se do tempo
que tanto incomoda,
abandonando a finitude
que tanto nos limita.
Recorrendo não à divindade,
mas à loucura,
a uma insanidade tão bendita
quanto lúcida.
Harmonizando
a razão com os sentimentos
e, por um instante,
sentindo graça em si,
para logo depois ironizar,
beber amargo.
E no amargo encontrar
o doce que se esconde,
o sentido que se perde
em meio às indefinições.
E então criar a fantasia
onde se perde sozinho.
E na solidão encontrar
respostas, e deixá-las fugir.
Fugir como pássaros
que fogem de sua gaiola,
desconhecendo o risco
de toda a liberdade,
mas ainda assim
desejando-a a todo custo.