O Sono não Veio

Noite já vai alta,
o sono está distante.
Um ser dividido,
onde partes tentam
dominar a outras tantas.
Uma batalha sem tréguas
no cenário da intimidade.
Uma disputa cheia de tensão, 
na tentativa do domínio
total do ser.
Uma guerra civil,
uma guerrilha.
As horas chamam à ação,
tenta-se um armistício,
negocia-se a promessa
de um fim-de-semana.
Promete-se uma folga maior
para aliviar o cansaço.
Muita boa vontade,
mas nenhum resultado.
Os ouvidos estão surdos
para as promessas.
É o coração
que bate afoito
parecendo estar atento,
quando em verdade
já vai muito longe.
As fronteiras para o espírito
abriram-se todas,
deixando o pobre corpo
ao grave abandono.
E nem toda reflexão
consegue vencer o
ocaso daquelas horas.
Existe um convite oculto.
E o sono parece ser portal
para um sonho
que tem contornos
de almejada realidade.
Está vencido,
deixa as pálpebras caírem,
sente o sono chegar
e vai em conquista da noite perdida.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 29/09/2009
Código do texto: T1838301
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