Aceitar ou Rebelar-se
 
A visita de estranho
e inconveniente incômodo.
Uma inexplicável saudade
que não encontra objetivo.
As sombras de forte melancolia
a tingir as emoções.
O bombardeio dos fatos cotidianos
e suas contrariedades.
O convívio íntimo
entre a completa rebelião
e a aceitação.
As necessidades da vida
não satisfazem o espírito.
Ser com os pés enraizados no chão,
mas querendo voar.
O risco da integridade
e a certeza inútil da própria vontade.
A colérica irritação
que reconhece
os limites que rejeita ter.
Até onde o destino
está pré-definido,
até onde por ser escrito?
Até onde o livre arbítrio
não haverá de levar à escravidão?
Que fazer se mesmo exausto
reconhece tanto trabalho?
Por que tamanha solidão
é convidada a ser solidária?
Difícil a emoção humana
aceitar o que parece ser divino.
É preciso livrar-se da mágoa
e da vingança para libertar-se.
É necessário reduzir
a sensibilidade do ego
e não se ofender.
É urgente que o ser vença
as imperfeições das personalidades.
É preciso amar
para não sentir
revolta ante a evolução.
Não basta a franqueza miliciana,
também as sutilezas revelam.
Não é suficiente a visão conjunta,
cabe ver também detalhes.
A esperança é consoladora,
mas é preciso cuidado com as ilusões.
Os ideais, para serem
realização, necessitam de paciência,
mas esta não pode ser passiva,
mas perseverante e ativa.
Somente a fé possibilita
vencer o esgotamento da razão,
pois que é como água e semente
que caindo sobre as areias do deserto,
transformam a aridez em fertilidade.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 28/09/2009
Código do texto: T1836577
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