POSSES
De tudo, ficou o mar, com as ondas de teus aromas.
Ficou a rosada névoa que brota de teu sexo febril.
Nas calmarias, é a seda de tua pele, sobre a água,
que faz deslizar minha fria mão à tua procura.
...por quê ? Porque o que eu te quis só o fogo revela,
enquanto voa pelas longas artérias da universal memória.
Nos espelhos ficou teu olhar, fio de aço castanho,
radioativo, no silêncio de grutas submersas.
Inverno de 2005