Neve
Lá fora aquela neve branquinha cai lentamente no chão,
Levanto da minha cama e vou até a janela andando vagarosamente,
Minhas pantufas descansam os meus pés,
A claridade da paisagem me cega momentâneamente.
O frio toma meu corpo,
Me aqueço na lareira ao lado,
Preparo um café,
Acendo um cigarro, e pego meu violão,
Hoje será mais uma noite só, e mais um blues para compôr.
A melodia é triste,
O dia não é dos mais inspiradores,
A mente está atordoada pelo tédio que me consome.
Tento tocar, mas o violão está sem corda.
Tento cantar, mas minha voz não sái.
Tento dormir, mas eu não paro de pensar que nota vou usar.
As coisas não são mais como antes,
As crianças não fazem mais bonecos de neve do lado de fora da casa,
Não fazem mais guerras de neve,
Não andam de trenó.
Enquanto isso eu só observo o vazio da rua, ouço o som do silencio e continuo tentando compor a musica que não comecei.