Descanse, ó mente

Descanse, ó mente!

Apazigua-te e tente abrandar,

Talvez em vão, mas, tão somente

Por esta noite o teu pesar.

Quanto tem corroído-lhe o choro...

As lavas de lágrimas que escorrem...

Incapazes de consumir o corpo,

Perturbam-lhe, secam e morrem.

Não deixe que te consuma esta senhora!

A maldita! a tua condição!

Faz que a esqueça,

Embora te acompanhe em tua amarga solidão.

Tempestades! Águas de pranto invadem o teu ser.

Por que não te afogas, ó meu coração,

Já que não podes deixar de sofrer?

Por que não te afogas, triste coração?

Descanse, ó mente, de só meditar

Em tua desdita, de te angustiar:

Em vão será a tua turbação.

Descanse, ó mente; e tu, coração.

Paulo Kol
Enviado por Paulo Kol em 26/09/2009
Reeditado em 26/10/2009
Código do texto: T1832036
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.