Assim de repente olhando o nada
Emocionar-se tão sem querer
E dado por vencido verter uma discreta lágrima
Depois dos quarenta
Tanta vida atrás
E à frente tanto o quê?
Tantas recordações de tudo
Tudo o que não vai ocorrer
E quanto tempo há de verdade no tempo que temos?
E no tempo que não temos, há quanto tempo?
Não sei que relação tem a vida
Com o tempo que ela leva para passar
Não sei que relação tem o tempo
Com o que temos de vida para gastar
Só sei que se gasta e acaba e não volta
E fica essa emoção que é uma face de uma certa tristeza
Trazendo-me sempre para o chão quando quero voar
E é tempo que vai e vem e a vida com ele também vai
E se gasta e acaba e não volta mais
E fica imenso e vazio bem dentro do peito
Uma saudade do infinito
E um medo da eternidade
Fica uma escuridão que tudo descria tão de repente
Mesmo antes de ter criado
E fico sempre entregue à ilusão
De estar vivo e aqui e agora
De respirar quando estou sufocado
De gerar o pensamento que está gerando
A minha alma e essência e aparência
E meus momentos e a vida toda e a morte
Agora estou entregue a um estranho êxtase
Silêncio sendo quebrado por acordes no ar
Voz de Ray Charles e violinos de Vivaldi
E uma árvore imensa dançando em minha janela
Não sou louco, eu não falo com ela
Ela sim é louca e fala comigo
Chama-me para dançar no ar
Primavera, Verão, Outono, Inverno
Allegro, Andante
Segue caminhante
Triste, pensante
Entregue aos próprios passos
Levam-me onde querem
Nenhum caminho
Somente passos
A solidão é a não existência de caminhos
Quem uma vez já se viu sem ter para onde ir?
Sweet Memories
A primeira foto da filha um ovo
O olho do filho no primeiro olhar trocado
Quebrando outro silêncio
What a Wonderful World!
Fazendo-me pensar a condição humana
Enquanto o emocionante é uma árvore enorme
Querendo entrar pela janela
E eu querendo sair ao encontro dela
Entregues a esse pasmo de contemplação mútua
A árvore e eu
E Ray Charles no ar
E violinos de Vivaldi são sempre recorrentes
Porque cabem em qualquer cena
No meu cortejo fúnebre
Ou no meu nascimento
O silêncio maior quebra o silêncio
Cala a noite na emudecida alma
Sozinha na janela
Sonhando voando sobre o mar
Entre duas imensidões
Absolutas
O céu e o mar
Eu e o outro
A vida e a morte
Emocionar-se tão sem querer
E dado por vencido verter uma discreta lágrima
Depois dos quarenta
Tanta vida atrás
E à frente tanto o quê?
Tantas recordações de tudo
Tudo o que não vai ocorrer
E quanto tempo há de verdade no tempo que temos?
E no tempo que não temos, há quanto tempo?
Não sei que relação tem a vida
Com o tempo que ela leva para passar
Não sei que relação tem o tempo
Com o que temos de vida para gastar
Só sei que se gasta e acaba e não volta
E fica essa emoção que é uma face de uma certa tristeza
Trazendo-me sempre para o chão quando quero voar
E é tempo que vai e vem e a vida com ele também vai
E se gasta e acaba e não volta mais
E fica imenso e vazio bem dentro do peito
Uma saudade do infinito
E um medo da eternidade
Fica uma escuridão que tudo descria tão de repente
Mesmo antes de ter criado
E fico sempre entregue à ilusão
De estar vivo e aqui e agora
De respirar quando estou sufocado
De gerar o pensamento que está gerando
A minha alma e essência e aparência
E meus momentos e a vida toda e a morte
Agora estou entregue a um estranho êxtase
Silêncio sendo quebrado por acordes no ar
Voz de Ray Charles e violinos de Vivaldi
E uma árvore imensa dançando em minha janela
Não sou louco, eu não falo com ela
Ela sim é louca e fala comigo
Chama-me para dançar no ar
Primavera, Verão, Outono, Inverno
Allegro, Andante
Segue caminhante
Triste, pensante
Entregue aos próprios passos
Levam-me onde querem
Nenhum caminho
Somente passos
A solidão é a não existência de caminhos
Quem uma vez já se viu sem ter para onde ir?
Sweet Memories
A primeira foto da filha um ovo
O olho do filho no primeiro olhar trocado
Quebrando outro silêncio
What a Wonderful World!
Fazendo-me pensar a condição humana
Enquanto o emocionante é uma árvore enorme
Querendo entrar pela janela
E eu querendo sair ao encontro dela
Entregues a esse pasmo de contemplação mútua
A árvore e eu
E Ray Charles no ar
E violinos de Vivaldi são sempre recorrentes
Porque cabem em qualquer cena
No meu cortejo fúnebre
Ou no meu nascimento
O silêncio maior quebra o silêncio
Cala a noite na emudecida alma
Sozinha na janela
Sonhando voando sobre o mar
Entre duas imensidões
Absolutas
O céu e o mar
Eu e o outro
A vida e a morte