Estado de solidão

A maior das solidões

O próximo dia inimigo,

Para expor ao desabrigo,

Traz de novo em seus clarões

Por não estar bem consigo

Dar ouvido aos seus sermões

Procura nalgum castigo

As sombras das culpas vãs

Solidões, anjos perdidos

Que somente se anunciam

Levando a seus escolhidos

A presença dos vazios

Sólida lâmina abstrata

Navalha de corte mudo

O só, aos poucos, se mata

Vendo o nada aonde é tudo.