COSTUMES
C O S T U M E S ...
Roze Alves
Somente quando tropecei eu notei,
continuava a fazer o mesmo caminho,
na caminhada matinal ...
Quase caí no mesmo buraco,
mas dessa vez, sua mão não me amparou.
Sentei em um banco, e de olhos fechados repassei:
Quanto tempo fazia? Um dia, mês, ano, talvez ...
E eu continuava a deitar do mesmo lado da cama,
mesmo sendo toda só para mim ...
Bebo na mesma caneca o chocolate,
mas o café, sempre o bebo em outra.
Ele dizia que a louça guarda o aroma de um ou outro ...
Indo ao mercado às quintas,
e quase sem querer compro brócolis.
E quando dou fé, estou ouvindo aquela rádio AM que tanto odeio.
O que é isso? Tortura inconsciênte? Morbidez?
Por que não conseguimos abandonar antigos hábitos?
O amor se vai, e tudo mais fica, um rastro...
Demora-se demais a abandonar o outro.
É uma palavra, um gesto, uma roupa,
pior, buscá-lo no próximo ...
Queremos o mesmo cheiro,
toque, que desperte em nós o mesmo calor,
a tudo o comparamos, um horror!
Muito louco quando na relação, não é o seu amor que acaba.
Luta-se com o invisível.
Meus olhos teimam em marejar.
Abro-os lentamente ... o mundo segue seu curso normal.
Pare! Penso comigo mesma.
Acabe com o tempo de sofrer.
Mude a partir de agora,
ao invés de caminhar, passe a correr!
Reaja! Retome as rédias da vida em suas mãos,
acabe com os hábitos do passado,
dando assim, uma nova chance a esse coração!
Amanhecer-M
RJ:03/04/2009