Abrigo da solidão
Remorso
pelo o que não se ouviu,
naquele outono
Ou as palavras
simplesmente
não acompanharam
o desfolhar das árvores?
O verde já contorna
de (re)novo o horizonte
Espio pela janela...
Nova estação!
A vida segue o rito
e molda, afeiçoando
em estalactites translúcidas
as lágrimas derramadas
pela chuva da noite passada
Passado!
A fotografia
com as sombras
dos corpos sedentos
que se tocam ao longe
ainda permanece
sob a iluminação fosca
do abajur metalizado.
Há um espaço vazio
no corredor que leva à escada
do sonho
Há um corrimão,
onde se agarra a esperança
Há um mesmo silêncio também
dos passos que caminham
sem companhia
pelo pátio
de onde abrigo o sentimento.