Solidão interior

Não sei quantas vezes me pego a meditar

sinto ter muitas coisas bem mal resolvidas

Coisas que talvez nunca venham a passar

Por estarem dentro de mim bem escondidas

Talvez saudades que ficam a me maltratar

momentos que por medo não permiti viver

medo de aquele momento não me entregar

e hoje lamentar por nunca deixar acontecer

Ares gélidos minha alma percorrem cortantes

implorando,arrastando,mordendo mudos lábios

as palavras saem de mim em tom anestesiante

como saem os ensinamentos da boca dos sábios

Meus sentimentos estão todos muito embriagados

Tontos de eu mesma achar que eu estou a mentir

Eu e a saudade parecemos íntimos,tão amargurados

presos num passado e do presente tentando fugir

Meus pensamentos dão luz ao meu perdido olhar

e um enorme vazio existencial vai se acomodando

e meu coração não parece querer o vazio aceitar

e isso fica o tempo todo incomodando, sufocando

Falta-me até mesmo o ar que respiro ofegantemente

cansada de tanto buscar insistente, a veia da razão

que me fará sentir a paz que almejo ardentemente

paz para minha mente, minha alma e o meu coração.