O Amigo do Tempo

Sensação de aguardar algo.
O silêncio quer dizer alguma coisa.
Um lado de mim
entende perfeitamente,
outro parece não compreender. 
Não gosto desta sensação
de estar sendo acuado
por algo que efetivamente desconheço.
Seria uma boa reação
definir claramente um objetivo,
mas como fazê-lo diante
de algo completamente subjetivo?
Rouba-me a possibilidade de paz
esta expectativa.
Cheio de inquietação
e agitação caminho
por passos rápidos
em busca de lugar
onde possa contemplar o céu.
Observo a lua
e as infinitas estrelas.
Toma-me uma sensação
de proximidade e intimidade.
Chego a rir de mim,
para depois tornar-me sério
e questionar-me,
cheio de sobriedade, 
se tudo isto vale a pena.
Mera divagação,
pois o certo é que estou aqui.
É tempo de estar aqui,
não creio de fato ter opção.
Devo estar vivo,
vivendo neste espaço específico,
neste instante efêmero
do tempo eterno,
em meio às tantas dúvidas
e outras tantas certezas
que não teriam razão de ser.
Dentre estas, a convicção
da ação do tempo,
este que sinto como
companheiro de tantas jornadas.
Verdadeiro e leal amigo
que talvez traga a chave
que há de abrir
o segredo do enigma
de um mistério
que anseio por descobrir.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 12/09/2009
Código do texto: T1806682
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