Harpejos da Solidão

Harpejos da Solidão
Jorge Linhaça

Ouço a música que corre no vento
Passa-se tempo em fuga veloz
Verdugo atroz. Falo, não invento
Canto e lamento, só eu, não mais nós

Qual casca de nóz em mar turbulento
Meu sentimento naufraga a sós
São tantos os nós atados, grudentos...
Morre o alento privado de voz

- Cruel solidão, minha companhia
Viras poesia, me negas o pão,
Por ond'andarão os sonhos qu'eu tinha?

Foram-se asinha pra outro rincão
Invento a canção e a dor qu'era minha
vai e se aninha no teu coração.


Arandu,3 de setembro de 2009


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