Solidão Morbida
Guardo em meu peito
Um coração sentido e reprimido;
Diante das coisas que tenho feito,
Ser feliz não mais consigo.
Tateio ansioso na escuridão
Uma esperança que me dê alento,
Sinto que os efeitos da solidão
São os obstáculos que diariamente enfrento.
Meu compasso cardíaco já não acelera
Tamanha a morbidez que a alma encara;
Sofro no silêncio monótono da espera
Um desdém infinito e uma nódoa rara.
No espelho que descreve meus sonhos
Só há nuvens que se dissipam em minha atmosfera;
Cambaleio num mar de desventuras tristonho
E nada enxergo do tudo que eu quisera.
O tempo se esvai mansamente
E adormeço no seio da esperança malograda;
Meu despertar estará vazio novamente
Sem o aconchego sutil dos braços de minha amada !