O MAESTRO E SUA MÚSICA

Hoje os lábios estão paralíticos

a alma está inquieta

andando a procura do precipício

Chegando, o precipício se mudou

Deixando o suicida desorientado

Tentou movimentar novamente

Os lábios, hoje estão ausente de fala

A música quer ficar nua

Jogou as calças da melodia

para o andarilho vestir

sua malícia faceira

A blusa da harmonia foi roubada

Pela prostituta que trafegava

na esquina dos seus pensamentos

As notas que estavam dançando

no pentagrama se desfizeram com a enchente

ficando a folha impalpável

ao sortilégio da batuta

As lágrimas nascem sem serem vistas

descem como suor pelos poros abertos

O sorriso está garrido em vão

Perdido em lábios desconhecidos

Acordou olhando-se no espelho

A efígie refletida diante de suas "pupas"

não era dele, sim uma imagem

grotesca de seu ego infantil

Andou vagarosamente até a janela

Puxando a cortina para esconder seu ego

que o espelho ofertava-lhe graciosamente

Não adiantou

Sentou e pediu

para que o som da música

dormisse em seu berço

por mais uma noite

apenas.

Fany Caruso
Enviado por Fany Caruso em 30/08/2009
Código do texto: T1782948
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