O MAESTRO E SUA MÚSICA
Hoje os lábios estão paralíticos
a alma está inquieta
andando a procura do precipício
Chegando, o precipício se mudou
Deixando o suicida desorientado
Tentou movimentar novamente
Os lábios, hoje estão ausente de fala
A música quer ficar nua
Jogou as calças da melodia
para o andarilho vestir
sua malícia faceira
A blusa da harmonia foi roubada
Pela prostituta que trafegava
na esquina dos seus pensamentos
As notas que estavam dançando
no pentagrama se desfizeram com a enchente
ficando a folha impalpável
ao sortilégio da batuta
As lágrimas nascem sem serem vistas
descem como suor pelos poros abertos
O sorriso está garrido em vão
Perdido em lábios desconhecidos
Acordou olhando-se no espelho
A efígie refletida diante de suas "pupas"
não era dele, sim uma imagem
grotesca de seu ego infantil
Andou vagarosamente até a janela
Puxando a cortina para esconder seu ego
que o espelho ofertava-lhe graciosamente
Não adiantou
Sentou e pediu
para que o som da música
dormisse em seu berço
por mais uma noite
apenas.